terça-feira, 20 de junho de 2017

ALÉM DAS SOMBRAS DA CAVERNA

Zildo Gallo


Ter o solo sob os pés e partir,
sabendo das armadilhas do caminho
e mesmo assim desejar a caminhada.

Ter o céu sobre a cabeça
e saber que é possível alçar voo;
sempre é possível voar... sempre...

Confiar e esperar a chegada do novo tempo,
pois ele sempre chega àquele que sabe
os porquês da justas batalhas.

Infelizes os que caminham por este chão
e não tentam torná-lo cada vez caminhável,
mais livre a todos os buscadores.

Infelizes aqueles que não tentam
romper o campo das forças sombrias
à busca das luzes do universo.

Infelizes aqueles que se acham felizes
sem nunca terem experimentado caminhos
e são muitos os caminhos... muitos...

Infelizes aqueles que se conformam com as sombras
que bruxuleiam no fundo da caverna,
acreditando que elas sejam o mundo.

Um poema só para ninguém dizer que não falei de Platão.


Zildo Gallo
Americana, SP, 24 de junho de 1981.
Revisão: Campinas, SP, 20 de junho de 2017.



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NOTA DA REDAÇÃO