quinta-feira, 19 de maio de 2016

A HORA DA AVE MARIA


Uma tristeza desce à tarde,
Inexplicável,
Lenta feito garoa fina,
Ao som da Ave Maria
E do repicar de sinos distantes,
Sons quase perdidos
Nas profundezas imemoriais
Da alma cansada.
Dói uma saudade,
Suave Melancolia,
De algo distante,
Muito distante,
Irreconhecível,
Algo que não se apreende
Pela razão,
Apenas o sente o coração.
Nada a fazer,
Nada a pensar,
Apenas sentir...
E seguir o coração.

O sol põe-se no horizonte
E, sozinho,
Apenas eu,
Órfão degredado nas profundezas
Deste vale de lágrimas,
Clamo pela minha Mãe,
Pela minha Grande Mãe,
A mãe de toda vida,
Que se esconde na noite
Dos tempos,
Retirada deste mundo
Masculinamente embrutecido.
Salve Rainha,
Mãe da Misericórdia,
Da Divina Misericórdia,
Da Eterna Misericórdia,
Acenai-me com a esperança,
Etérea esperança...


Nenhum comentário:

Postar um comentário

TEMPO E ROUPA SUJA